segunda-feira, outubro 10, 2005

a exausta bicicleta

enrolo devagar a tarde imatura
toco com dedos insensíveis

sons cruzados no crepúsculo
onde olhos bebem
saudades de despedidas

o vento empurra um homem
de bicicleta amarela, enferrujada

imagem inquieta
insaciável, manchada de resíduos

lentamente avança,
no solo orvalhado

Image Hosted by ImageShack.us


deixa riscos determinados
que descem profundos, exaustos

silenciosa, atravesso
com o olhar místico

é imensa a mancha
pintada pela vôo violento das aves

então
secretamente recordo o homem
da bicicleta estilhaçada


l.maltez

13 comentários:

Conceição Paulino disse...

todos temos uma, ou nela viajamos. Bjs e;)

Dameuntango disse...

ou caimos.. para nos levantarmos e correr de novo...


Obrigado pelos adjectivos abundantes com que me presenteou...
Abraço
A. Cardoso

Anónimo disse...

Ola:))
A viagem está perfeita.
Gostei muito!

Voltarei!

Beijo grande

Anónimo disse...

Nós e a bicicleta de cada um. Beijinhos.

Nilson Barcelli disse...

Olá Lena
Li alguns poemas e achei-os todos bons. Alguns deles, no entanto, revelam ainda um poeta significativamente maduro por detrás das palavras.
Gostei imenso da tua poesia. Vou ter que ler mais lá para trás... mais vai levar o seu tempo.
Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Li mais alguns.
Mantenho o que disse, escreves muito bem.
Beijinhos

Mitsou disse...

Lena, antes de mais peço desculpa pelo atraso na retribuição da visita (ando meio arredada até ao final do mês.

Estive a ler até Agosto e fiquei encantada com os teus poemas. Voltarei de certeza! Obrigada por estes momentos de pura magia escrita.
Um abraço.

mar revolto disse...

Querida Lena,

Lamento, mas só vim para comentar, para já nada de posts ainda..., temo que a minha bicicleta ande um pouco estilhaçada tb e preciso de tempo para lhe colocar as peças no sitio e seguir viagem :)

Viagem lindissima essa que nos contas.

Beijokas

lobices disse...

...venho agradecer e retribuir a amável visita :)*

Night disse...

Um poema que me traz recordações ;) beijinhos*

sotavento disse...

Vim retribuir a visita, gostei de ler... voltarei. :)

Maria Carvalho disse...

Um bonito poema. Beijos

Nilson Barcelli disse...

«amo com palavras
abraçada a uma chaga
como se o amor fosse demência
ou doença perversa»


Da minha leitura dos poemas mais antigos destaco hoje as magníficas palavras que escreveste. É só mais um exemplo.

Beijinhos e boa semana.

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...